quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Cultura é o quê?




A bola da vez para a cultura do governo estadual, em tempos de protestos pelo descaso com a atual situação do Pelourinho e com o fechamento do Teatro XVIII, é a II Conferência de Estadual de Cultura. Com objetivo de promover um diálogo entre a população e os dirigentes de cultura do governo, a conferência tem entre suas principais metas o desenvolvimento e a construção de políticas públicas em cultura.

A iniciativa da Secretaria Estadual de Cultura da Bahia (Secult) foi dividida em três etapas de trabalho: a primeira foi a dos encontros municipais, que inciaram as discussões em cada município do estado; na segunda etapa os municípios foram reunidos como forma de ampliar a discussão a nível territorial, nos encontros territoriais e a terceira, que encerra os trabalhos e apresenta os princiais resultados da conferência à nivel estadual, acontece nesta quinta-feira (25) e vai até o domingo (28).

Nessa última estapa, os representantes de todo o estado se reúnem em Feira de Santana para o trabalho final de agregação das propostas. Na pauta dos temas a serem debatidos estão os relacionados à cultura, ao turismo, meio ambiente, educação, gênero, juventude, campo, cidade, tecnologia, economia e política. As diretrizes propostas nos 26 territórios serão organizadas para dar base à elaboração do Plano Estadual de Cultura, que, teoricamente, tem o objetivo de construir uma política cultural de Estado, de maneira democrática e participativa.

A Secult, mais do que nunca, aposta na iniciativa não só como um meio de aproximar-se da população, como também de ter melhorada a sua imagem frente aos acontecimentos noticiados pela mídia. E por que não, em vez de apostar em imagem, em ação pra cego ver, não apoiar iniciativas que cheguem, de fato, junto da população. Um exemplo de evento que tem por objetivo levar cultura à bairros pobres da cidade, e que não contam com apoio da Secretaria ou de qualquer órgão de cultura do Estado, é o Mutirão Mete Mão.

Originalmente formado por jovens de grupos culturais alternativos, o evento teve início em 2003 e realizou, no último sábado, sua oitava edição. Apesar da falta de incentivo por parte de dirigentes de cultura, o Mutirão tem como proposta levar música, grafite, malabares, teatro, entre outras vertentes culturais àquela população que tem pouco ou nenhum contato com esse tipo de arte e cultura. Cultura feita para o povo, pelo povo e perto do povo, uma iniciativa que mostra, na prática, resultados.