quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Luta por direitos marca cotidiano dos grupos gays da Bahia


“Não existem estatísticas sobre a homossexualidade, apesar da insistência do Grupo Gay da Bahia para que o IBGE inclua a variável no censo”. A afirmação é de Luis Mott, antropólogo e presidente Grupo Gay da Bahia (GGB), em entrevista para o jornal A Notícia, de Florianópolis, e soa como uma denúncia se considerarmos a luta travada pelo grupo para a inclusão da variável orientação sexual nos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Não bastasse a homofobia (discriminação contra homossexuais ou homossexualidade), enraizada no país, resultado de uma formação moldada por um catolicismo intolerante e um conservadorismo extremo, a falta de dados apresenta-se como um grave problema na luta dos homossexuais brasileiros por assegurar direitos, dificultando a elaboração de políticas públicas para homossexuais.

Apesar da falta de números oficiais, a estimativa é de que existam atualmente na Bahia cerca de 300.000 simpatizantes e homossexuais, entre gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais. No estado, seis principais grupos GLTBs (gays, lésbicas e transgêneros e bissexuais) apóiam a causa: Grupo Gay da Bahia (GGB), Grupo Gay Negro da Bahia, Associação de Travestis e Transexuais de Salvador, Grupo Gay de Ilhéus (EROS), Grupo Gay de Feira de Santana (GLICH) e Grupo Gay de Camaçari (GGC). Todos esses movimentos atuam em cooperação na realização de campanhas, eventos e elaboração de publicações, iniciativas integradas que constituem sua principal forma de ação.


De oficial mesmo apenas as estatísticas de assassinatos à GLTBs, que evidenciam o preconceito latente no estado e no país. Segundo o GGB, até maio desse ano cinco homossexuais foram assassinados na Bahia, sendo um a cada mês. Em âmbito nacional, esse número cresce ainda mais. Como pode ser visto em matéria publicada em junho desse ano por A Tarde, entre 1980 e 2007 foi codumentado um total de 2745 homicídios de homossexuais, uma média de duas execuções por semana. Para o GGB, a prática constante indica que os crimes são tratados com impunidade, o que estimula o acontecimento de novos episódios sem que os assassinos sejam devidamente punidos pela Justiça.


Uma conquista recente e importante, encabeçada por grupos do tipo em todo país, foi a criação, aprovada na última quinta-feria (02/agosto), pelo Ministério da Cultura, do Programa de Fomento a Projetos de Combate à Homofobia, com o objetivo de promover a cidadania homossexual e combater a discriminação e a violência aos GLTBs. O programa será efetivado por meio da realização de editais destinados a entidades públicas ou privadas, sem fins lucrativos, legalmente constituídas, que desenvolvam ações para a população GLTB, tais como projetos culturais, paradas do orgulho GLTB e demais iniciativas que visem o desenvolvimento, o fortalecimento, a promoção e a divulgação das expressões artísticas deste segmento da população brasileira.

Um comentário:

Xumiuchoa disse...

Ainda bem que você não transferiu para o blog seus 99,9% de chatice, ainda bem que você indica alguns livros muito bons (graças a quem?) e ainda bem que você colocou uma bela foto lá em cima...